O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO), desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga, foi o palestrante de honra do sarau “Trajetória, Voz e Memória”, realizado nesta quarta-feira (28), na Casa de Altamiro Moura Pacheco, em Goiânia. O encontro, promovido pela Academia Goianiense de Letras (AGnL), reuniu autoridades, acadêmicos, artistas e a comunidade em uma celebração à cultura e à literatura goiana.

Ao dar as boas-vindas aos presentes, a presidenta da entidade, Marislei Espíndula Brasileiro, destacou a missão da Academia de preservar e promover a cultura e a literatura goiana e brasileira.

“Inspirados pela sensibilidade poética de Coelho Vaz, que em seu poema Memória nos lega os versos ‘tragam, na minha memória, as coisas que jamais morreram em mim’, declaramos aberta esta reunião festiva e literária ao pôr do sol, que é este sarau. Um momento dedicado a celebrar e promover a rica cultura e a vibrante literatura brasileira que floresce em Goiânia”, afirmou.

Uma vida dedicada à palavra e à cultura

Em sua exposição, o presidente do TRE-GO, que ocupa a Cadeira nº 19 da AGnL – dedicada à memória de Afonso Félix de Sousa – apresentou uma rica e sensível reflexão sobre a trajetória do patrono. Natural de Jaraguá, nascido em 1925, Afonso trilhou uma jornada marcada pela intensa produção literária, poética e jornalística, levando consigo as raízes goianas aos diversos lugares onde viveu, como Paris, Beirute, Chicago, Brasília e Rio de Janeiro.

Veiga Braga destacou que, mesmo sendo um homem do mundo, a poesia de Afonso sempre permaneceu ancorada no cerrado, nas memórias da infância e na saudade da terra natal. Atuou como jornalista em veículos de grande importância, como O Popular, Folha de Goiaz, Revista Oeste e Correio da Manhã, além de ser fundador de importantes publicações literárias e da Associação Brasileira de Escritores – Seção Goiás.

O desembargador ressaltou também o papel do patrono na chamada “geração de 45”, movimento literário que buscava conciliar o rigor formal com o lirismo e a musicalidade. Afonso destacou-se por sua independência estética, sua predileção pelo soneto e por textos livres, carregados de sensibilidade, inquietação existencial e uma profunda conexão com as paisagens e afetos de sua região.

A obra do escritor transita entre o simbolismo e o modernismo, revelando uma alma dividida entre o cosmopolitismo e a saudade do interior goiano. Recebeu diversos prêmios, como o Prêmio Olavo Bilac, e teve sua obra “Íntima Parábola” eleita uma das 20 mais importantes do século XX em Goiás. Ao encerrar, Veiga Braga reafirmou que o legado de Afonso Félix de Sousa é uma fonte inesgotável de inspiração, capaz de alimentar os “sedentos de arte e cultura” e de manter viva a identidade literária e cultural de Goiás.

Celebração de letras e músicas

O sarau contou também com a participação dos acadêmicos Aidenor Aires, Arthur da Paz, Giovanni Ribeiro, Márcio Delfim, Rosy Cardoso e Mauri de Castro, que realizaram leituras e declamações de textos literários, valorizando a produção cultural local.

A programação incluiu ainda apresentações musicais dos artistas Bororó, Renato Castelo e Luís Cláudio Fernandes.

A iniciativa foi realizada com apoio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc-GO), do Governo de Goiás, da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Ministério da Cultura e do Governo Federal.

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Secom