Justiça Eleitoral está de olho no abuso do poder econômico e propaganda irregular

Juízes eleitorais se reúnem na sede do TRE-GO, dia 15 de junho de 2012, para discutir a aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa e outros assuntos relacionados às Eleições Municipais 2012

Realizado no dia 15 de junho de 2012 no auditório da sede do TRE-GO, o Encontro de Juízes Eleito...
Juízes eleitorais de todo o estado se encontraram em Goiânia para discutir diretrizes das Eleições 2012

Encontro de juízes eleitorais

Realizado na tarde do dia 15 de junho no auditório da sede do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás, o Encontro de Juízes Eleitorais reuniu 130 juízes, que receberam orientações sobre a Lei da Ficha Limpa, rito da inelegibilidade, poder de polícia, propaganda eleitoral, doação eleitoral, sigilo fiscal, dentre outras informações relacionadas às urnas eletrônicas, sistemas da Justiça Eleitoral e prestação de contas. "Mas dois problemas devem receber uma maior fiscalização por nossa parte: o abuso do poder econômico e a propaganda eleitoral irregular", destacou o vice-presidente e corregedor regional eleitoral do TRE, desembargador João Waldeck Felix de Sousa.

O encontro foi aberto pelo presidente do TRE, desembargador Gilberto Marques Filho, que se colocou à disposição dos juízes eleitorais 24 horas ao dia, durante todo o período eleitoral. E ele também disponibilizou os seus números de telefone para qualquer eventualidade, "assim como fez conosco a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Cármen Lúcia", revelou Gilberto Marques.

Coordenador da reunião com os juízes eleitorais, o desembargador João Waldeck Felix de Sousa, prosseguiu com sua palestra após a abertura feita pelo presidente do Tribunal e lembrou aos juízes que a função da Justiça Eleitoral é proteger o eleitor, "para que ele vote de maneira consciente", justificou. O corregedor regional eleitoral também lembrou aos juízes a importância deles permanecerem constantemente em suas zonas eleitorais nesse período eleitoral.

João Waldeck considerou ainda a importância da responsabilidade quanto às eleições municipais, que é do juiz eleitoral. "Vocês são a autoridade máxima nos municípios, e meu objetivo é colocar vocês bem perto da corregedoria eleitoral". Ele elogiou a todos informando que hoje não há um só processo ou sindicância contra algum juiz eleitoral em todo o Estado. O desembargador também observou que o calendário eleitoral é ponto fundamental a ser observado. Disse que cada juiz recebeu uma publicação sintética, que chamou de Manual Prático das Eleições.

Lei da Ficha Limpa

O Procurador Regional Eleitoral, Raphael Perissé Rodrigues Barbosa, fez palestra sobre Ações e Representações Eleitorais à Luz da Lei da Ficha Limpa, e Rito da Inelegibilidade. Ele esclareceu sobre a maneira de interpretar a legislação eleitoral e que a ideia de neutralidade é uma imposição. Disse que a Procuradoria Regional Eleitoral está a serviço da coletividade e este é um grande momento na ação da aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa, esclarecendo dúvidas quanto à aplicabilidade de leis anteriores a esta.

Logística das urnas

O secretário de Tecnologia da Informação, Dory Gonzaga Rodrigues, fez explanação sobre o apoio às zonas eleitorais quanto à estrutura do seu setor assim como o funcionamento do sistema de informática com testes e simulações, e pediu ajuda quanto à distribuição e logística dos equipamentos, observando sempre o cronograma definido pelo TRE. "Ao todo serão 15.552 urnas a serem utilizadas durante as eleições municipais neste ano", informou o responsável pela TI no TRE.

Doações e Poder de Polícia

O responsável pela Coordenadoria de Controle Interno do TRE, José Fernando Alves de Sousa falou sobre contas bancárias, prazos de aberturas de contas dos candidatos e comitês eleitorais, formas de abrir contas bancárias e importância do CNPJ para não haver desaprovação de contas. A arrecadação de recursos foi outro ponto colocado tendo em vista a observação quanto ao montante permitido para pessoa física - 10% do rendimento bruto do ano anterior, e pessoa jurídica dois por cento do rendimento bruto do ano anterior. "É de suma importância que as doações não extrapolem os limites, pois as multas chegam de cinco a dez vezes o valor excedido de doação permitido", esclareceu José Fernando.

Encerrando o evento, o juiz membro do TRE, Leonardo Buissa Freitas, que também é juiz federal, relatou sua experiência como juiz eleitoral ao falar sobre O Poder de Polícia do Juiz e a Propaganda eleitoral - doação Eleitoral e Sigilo Fiscal. Fez questão de colocar quanto a análise de liberdade do juiz de atuar em favor da população e de ninguém ao mesmo tempo. "Agir sem se preocupar de servir a alguém em especial, pois estamos em época em que há valores que devem ser considerados e mantidos considerando a própria população".

"O poder de polícia e aplicação de restrições e sanções, onde os atores principais são os candidatos e os eleitores, são valores que nunca podem ser esquecidos", disse Leonardo Buissa. Ele citou países desenvolvidos onde o político tem a coerência de pertencer unicamente a um partido político e não mudar nunca de lado, e que os doadores fazem suas doações de campanhas somente a um candidato e por uma causa apenas.

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