TSE alerta: verifique a procedência de conteúdos na internet

Data é comemorada neste domingo (2), logo após o Dia da Mentira, com mobilização nas redes sociais da Corte Eleitoral

415 Checagens de Desinformação - 02.04.2023

Ânimos acirrados, discussões acaloradas, agenda movimentada e uma verdadeira corrida contra o tempo. Não é novidade que as eleições sempre são marcadas pelo clima de competitividade entre candidatas e candidatos. No entanto, nos últimos anos, um elemento extremamente danoso ao debate democrático foi adicionado à costumeira tensão eleitoral. Ataques infundados ao sistema eletrônico de votação passaram a integrar o rol de mentiras disseminadas no período de campanha e tornaram a Justiça Eleitoral (JE) um dos principais alvos da desinformação. Para enfrentar as notícias falsas, a JE buscou novas formas de se comunicar com o eleitorado, difundindo informações de qualidade sobre o voto informatizado.

#DesinformaçãoNão

O resultado dos esforços de combate às fake news que envolvem o processo eleitoral está sendo divulgado neste domingo (2), Dia Internacional da Checagem de Fatos. Para comemorar a data, os perfis do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no Instagram, Facebook, LinkedIn, Kwai, TikTok (@TSEJus) e Twitter (@TSEJusbr) anunciam o saldo das ações de combate à desinformação e utilizam a hashtag “#DesinformaçãoNão”, como forma de chamar a atenção de eleitoras e eleitores sobre a importância de conferir a veracidade dos conteúdos recebidos pela internet antes de compartilhá-los.

As publicações apresentam números que retratam a produção textual, digital e audiovisual do TSE ao longo dos últimos quatro anos, após a explosão de fake news observada nas Eleições Gerais de 2018.

Entre 2018 e 2023, foram produzidos 415 textos que desmentiam conteúdos enganosos que circularam na web. Somente em 2022, ano de realização das últimas Eleições Gerais, os perfis da Corte Eleitoral nas redes sociais publicaram 702 postagens, enquanto o canal do TSE no YouTube abrigou 142 novos vídeos que explicavam as teorias da conspiração que dominaram a web no período. O material desenvolvido pelo Tribunal para o público das mídias digitais alcançou de 17,5 milhões de internautas e contabilizou mais de 5,3 milhões de visualizações.

Esclarecimentos em Números - 30.03.2023

Quando ele chegou, “era tudo mato”

Não por acaso, a celebração da checagem de fatos ocorre logo depois do Dia da Mentira. Mas, ao contrário do que muitas pessoas pensam, a desinformação não é um assunto novo. Há pouco mais de 20 anos, um jovem bastante curioso já investigava o que havia por trás das correntes enviadas por e-mail.

Com o incentivo de amigos, que reencaminhavam os conteúdos suspeitos recebidos pelo correio eletrônico, Gilmar Lopes passou a verificar as histórias que povoavam a rede mundial de computadores. Foi assim que, em 1º de abril de 2002, Dia da Mentira, nasceu o site E-farsas. Naqueles tempos, “quando era tudo mato”, como dizem os memes compartilhados pelas redes sociais, além de ser lenta e discada, a conexão só podia ser estabelecida por meio de computadores, um privilégio desfrutado por uma pequena parcela da população.

Para Lopes, que acompanhou o surgimento das primeiras redes sociais, as notícias falsas de duas décadas atrás detinham um poder bem menos destrutivo do que as atuais. “Era uma época mais romântica, digamos assim. O que circulava era história de fantasma, história de pessoas que estavam desaparecidas, eram correntes [...] Não tinha ainda uma força política por trás dessas desinformações”, conta.

Editor-chefe do E-farsas, Gilmar Lopes fala sobre checagem de fatos 02.04.2023

De acordo com ele, o potencial devastador das fake news foi descoberto por volta de 2016, com a propagação de informações erradas sobre a área da saúde. Também foi naquele ano que, segundo o checador, as narrativas manipuladas passaram a ser inseridas no contexto eleitoral. “A forma de disseminar desinformação é muito mais eficiente hoje em dia. Uma só pessoa consegue transmitir uma desinformação para milhões de pessoas. Isso, exponencialmente, acaba fazendo um estrago muito maior. Infelizmente, como a gente sabe, o desmentido nunca tem a mesma força do boato”, lamenta.

Na opinião do editor-chefe do E-farsas, parceiro da Justiça Eleitoral no Programa de Enfrentamento à Desinformação, o Dia Internacional da Checagem de Fatos simboliza uma relevante etapa de conscientização a respeito dos estragos provocados pela desinformação. “É possível checar as informações antes de sair compartilhando [...] Basta você abrir o navegador e fazer a sua própria checagem, cruzar as informações com vários sites de notícias e chegar à sua própria conclusão”, afirma.

Programa de Enfrentamento à Desinformação

Mais de 160 instituições aderiram ao Programa de Enfrentamento à Desinformação e atuam em colaboração com a Justiça Eleitoral para tornar a internet um lugar seguro e cada vez mais distante da influência nociva das notícias falsas sobre o processo eleitoral. O projeto foi criado em 2019 com a finalidade de promover uma resposta institucional rápida à desinformação que poderia interferir na vontade do eleitorado durante as Eleições Municipais de 2020 e, em 2021, se tornou uma agenda permanente da JE.

Fonte: Tribunal Superior Eleitoral

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